Glicosídeos cianogênicos
Os glicosídeos cianogênicos são substâncias de defesa encontradas em alguns vegetais, capazes de liberar ácido cianídrico através de rações de hidrólise. Algumas plantas têm a capacidade de sintetizar compostos que liberam ácido cianídrico (HCN) quando o tecido vegetal é danificado. Esses compostos são classificados de glicosídeos cianogênicos que , quando hidrolisados por enzimas, formam açúcares, ácidos graxos, aldeído ou cetona e o ácido cianídrico. A liberação do ácido cianídrico funciona como um mecanismo de defesa do vegetal tendo como efeito a inibição da cadeia respiratória, ocasionando a morte de quem ingere. A capacidade de produzir o HCN é um fenômeno presente em várias espécies de plantas. Muitas produzem quantidade suficiente de compostos cianogênicos que funcionam como uma forma de transporte de nitrogênio reduzido ou de outros compostos com o intuito de proteger contra insetos.
Em 1988, a cianogênese não foi considerada um método efetivo de defesa, mas sim um sistema conservativo, devido os compostos envolvidos serem reciclados e a planta necessitava ser fisicamente danificada para que a cianogênese pudesse ocorrer. A cianogênese vem sendo detectada em mais de 2.000 espécies de plantas pertencentes mais de 130 famílias e vem sendo registrada em bactérias, fungos, líquens, pteridófitas, gimnospermas e angiospermas. No Brasil, são raros os estudos sobre esse tipo de toxina, destacando o trabalho de Kaplan et al. (1983) que fizeram algumas análises em pteridófitas. Fora do Brasil, os trabalhos que destacaram as pteridófitas foram os de Cooper-Driver e Swain (1976), Cooper-Driver et al. (1977) e Hadfield & Dyer (1988).
Os glicosídeos cianogênicos se encontram na natureza em diversas plantas como o feijão verde, sementes de linho, bambu, nozes da macadâmia, hortência, caroços de frutos da família Rosaceae (ameixa, pêssego, pêra, maçã e cereja) e a amêndoa amarga. No Brasil, as plantas cianog~enicas de maior interesse econômico são as do