Girumunho

984 palavras 4 páginas
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
Escola de Comunicação – Comunicação Social – EC3
Comunicação e artes - Professor Denilson Lopes

Ariadne Villa Verde – DRE: 112033361

O espectador frente à desdramatização

É necessário espetacularizar para prender o telespectador?

Pensar o real no mundo da mídia e da especularização é, sem dúvidas, uma tarefa difícil. A realidade em sua essência pura e totalmente desprovida de qualquer intenção de chocar, apenas de retratar, é praticamente impensável aos olhos do espectador. O que podemos observar em filmes é nada mais do que um retrato, uma representação da realidade. O cotidiano de uma determinada comunidade jamais poderá ser retratado de maneira fiel, pois, diante de câmeras, roteiros e diretores, sempre haverá uma deturpação, mesmo que mínima, dos fatos. Ao assistir Girimunho (2012), podemos observar a representação do cotidiano de uma família que vive em uma cidade do interior de Minas Gerais, São Romão. Família formada por avó, Bastu, neta, Branca, e neto, Batatinha. Logo nas primeiras cenas do filme, contamos com um evento dramático, que consiste na morte de Feliciano, marido de Bastu e avô de Branca e Batatinha. Apesar de tal evento obter resultados dramáticos como choro, tristeza e depressão se ocorrido na casa de outras famílias, como as que vivem em grandes cidades, por exemplo, no filme pouco ou nada transcorre de tal drama. A morte passa sem nenhuma espetacularização e os que poderiam de alguma forma se abalar com tal evento continuam suas vidas normalmente. Ao relacionar Girimunho com O espetáculo e a demanda do real (SCHOLLHAMER, Karl), certamente conseguimos enxergar no filme a ideia de quebrar o espelho do espetáculo, que o autor cita ao falar de neonaturalismo, fazendo o público ser retirado das ilusões e dos enganos da especularidade da realidade social, na medida em que o aspecto dos personagens, que poderiam ser convertidos em drama, como pobreza, morte, anseio por outra forma de

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