Ginastica Sueca
Não se trata de variar, mas de obter o máximo de resistência num corpo que é finito, perecível e transitório
Numa cena da série televisiva "Parade's End", que não foi exibida entre nós, e que a RTP podia comprar para vermos uma terceira vez, vemos Sylvia Tietjens, a mulher de uma das melhores personagens masculinas de sempre, Christopher Tietjens, a fazer uns exercícios de ginástica sueca em casa. Está vestida de roupa interior, com umas cullotes até ao joelho e um corpete ajustado, a indumentária que parece precursora do moderno maillot de ginástica e respectivos collants. De pé, agita os braços esticados enquanto inspira e expira. Num segundo exercício, Sylvia põe as mãos na anca e sobe os joelhos ao peito. Mrs Tietjens tenta assim controlar os nervos depois de ter percebido que o marido se apaixonara por uma sufragista. A cena só me pareceu curiosa porque Sylvia faz os exercícios sozinha e não em grupo.
Pehr Henrik Ling, o fisioterapeuta sueco que inventou a ginástica médica, mais conhecida por ginástica sueca, pensou numa série de exercícios simples para serem repetidos por grupos de pessoas em sintonia. A ideia seria tão megalómana e, de novo, simples, como tratar muitas pessoas ao mesmo tempo, sem prestar demasiada atenção a características individuais, nem a necessidades específicas de cada um. Estávamos em inícios do século xix, longe, portanto, dos personal trainers que conhecem os corpos de cada aluno, cada um com hábitos de vida diferentes do outro.
Durante anos a ginástica sueca cumpriu os seus objectivos, levando os seus praticantes a mexer o corpo todo, embora não muito; e nada parecido com as modernas aeróbicas, o step, etc. Ainda existe nas chamadas aulas de manutenção nos ginásios mais ortodoxos. Na verdade, as aulas costumavam começar por uma corrida em grupo à volta do ginásio, para depois acalmarem em exercícios de pé e no chão pouco mexidos, mas ainda assim descontraídos.
Já no século xx, o alemão Joseph Pilates, emigrado nos