Ginastica laboral
Cipriano Carlos luckesi[1]
Qual é um significativo fundamento para a conduta ética e o que isso tem a ver com a prática educativa? Lee Yarley, professor de Religião na Stanford University, em um texto, que serviu de base para um diálogo com o Dalai Lama e outros pesquisadores, publicado no livro Emoções que Curam: conversas com o Dalai Lama sobre mente alerta, emoções e saúde, da Editora Rocco, 1999, sintetizou, de modo singular, as três posições éticas assumidas na filosofia ocidental, ao longo da história. A primeira delas é “o individualismo [que] restringe a ética aos desejos do indivíduo. Ética, [no caso], envolve imaginar o que desejamos, e depois agir para obtê-lo”. Nessa perspectiva, uma conduta é ética, quando ela atende nossos interesses individuais, não importa como esse atendimento se faça. Importa que sejam atendidos. O centro de atenção é o nosso “eu”, ele é que deve ser satisfeito. A segunda posição, detectada pelo autor, é a do “perfeccionismo [que] julga se os desejos do indivíduo são bons ou maus com relação ao ideal de uma pessoa perfeita. Esse ideal geralmente repousa na noção relacionada com o melhor estado possível da natureza humana”. Aqui há uma suposição metafísica de qual seja a conduta perfeita e todas as nossas condutas deverão ser avaliadas diante dessa, de tal modo que nossas decisões, no cotidiano, devam aproximar-se desse ideal. O que importa é a busca da perfeição da conduta em comparação com aquela que está definida como a ideal. Quem define esse ideal? E, finalmente, a terceira posição identificada é a do racionalismo, característica a mais “moderna e ocidental da três. Ele sustenta que a razão é o único guia ético adequado, definindo a razão como aquilo que possibilita que as pessoas pensem a respeito de proposições universais abstratas”. Aqui é a razão que deve definir o que é bom e o que não o é. Emanuel Kant, filósofo alemão do século