Gilberto freyre
Nascimento da obra
Nos tempos de estudante, no exterior, Gilberto Freyre verificara que não sabia o que era o Brasil. Os colegas europeus, asiáticos, africanos e americanos tinham perfeita noção do que era seu país e sua nacionalidade. Mas ele apesar de conhecer bem os principais autores nacionais, achava que nenhum deles lhe dava a idéia do que era o Brasil e do que era ser brasileiro. Daí é que lhe veio a idéia de se descobrir e de descobrir o que era o seu país. A idéia tomou corpo na Universidade de Stanford, na Califórnia, onde foi convidado para dar dois cursos sobre o Brasil, um de bacharelado e outro de doutorado. Teve, então, de sistematizar uma síntese do Brasil para estudantes americanos de primeira ordem, pois Stanford é a universidade americana mais seletiva, social e intelectualmente. Nascia então Casa-Grande e Senzala.
Crítica e Resposta
Alguns críticos afirmam que é uma obra puramente regionalista, que retrata as raízes do homem nordestino e não do homem brasileiro. Mas Gilberto Freyre afirma: "O livro dá atenção a Pernambuco, sobretudo, porque em Pernambuco começou a haver civilização no Brasil. Não foi em São Paulo. Em São Paulo, fundou-se um engenho no Século XVI. Enquanto se fundava esse engenho, perto de Santos, surgia uma constelação de engenhos e casas grandes em Pernambuco, constituindo a verdadeira raiz do Brasil. Esta é a tese de Casa-Grande e Senzala, pois a família - e não o governo ou a igreja - é que foi a raiz brasileira, cuja força germinal você encontra aqui, e não em outro lugar do Brasil. Essa crítica é de gente do sul e você sabe como são exclusivistas. Eles querem que tudo tenha começado por lá. Veja bem. Eu admiro o bandeirante, mas ele foi um nômade, de pouca fixação. A fixação em algum ponto do Brasil - vamos dizer, vertical - começou do Nordeste brasileiro. Daí, o símbolo casa-grande e senzala ser muito importante, pois foi uma fixação natural. A casa grande era aceita não só como