Gil Vicente Literatura Brasileira
Gil Vicente (c. 1465 — c. 1536?) é considerado o primeiro grande dramaturgo português, além de poeta de renome. Enquanto homem de teatro, parece ter também desempenhado as tarefas de músico, ator e encenador. É considerado o pai do teatro português, ou mesmo do teatro ibérico, já que também escreveu em castelhano - partilhando a paternidade da dramaturgia espanhola com Juan del Encina.
Desenvolvimento
Considerado o maior representante da literatura renascentista de Portugal antes de Camões, Gil Vicente só não é o primeiro dramaturgo português como também fundou uma tradição no teatro que inspirou diversas produções em Portugal, em outros países europeus e no Brasil. Ele viveu entre os anos de 1465 e 1537, não se sabe ao certo a data, segundo dois genealogistas do século XVI.
Ele também se destacou no cenário português por organizar os espetáculos palacianos, como festejos de casamento, nascimento, recepção de membros da realeza e comemoração de datas cristãs, como a Páscoa e o Natal.
Valendo-se do prestígio que adquiriu na corte foi que Gil Vicente pode satirizar, através das obras teatrais, os vícios do clero e da nobreza. É através dessas obras que o dramaturgo realiza uma síntese ibérica e original das tradições medievais do teatro, retomando os “milagres”, os “mistérios”, com consciência moral renovadora – própria do Renascimento cristão e erasmiano – que suas comédias se revelam na expressão satírica, de humor saboroso e popular, arma de direta eficácia. Ele recriou em suas farsas e autos pastoris os diferentes aspectos da vida de Portugal do século XVI, tanto da Lisboa onde emergia a revolução marítima e comercial, como o meio camponês com sua linguagem, folclore e costumes peculiares.
Dirigindo-se a uma platéia requintada, a corte dos reis D. Manuel e D. João III, onde imperava o orgulho das grandes descobertas e o sucesso das grandes navegações, Gil Vicente refina a substância popular de sua comicidade, incutindo-lhe um tanto do riso