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Alienação moral, autoridade e obediência: dois experimentos psicológicos
Hoje parece haver um genuíno consenso sobre quais deveres temos com nossos semelhantes, e quais direitos eles possuem; contudo, nós sistematicamente ignoramos nossos deveres e os direitos alheios. Poucas pessoas hoje concordariam com as práticas de tortura medievais, ou com o assassinato injustificado, ou as guerras de conquista, ou a escravidão humana. Não obstante, nos porões das prisões ainda se tortura e executa, as guerras ainda são promovidas e ainda há seres humanos vivendo em situações análogas à de escravidão. Ainda há racismo, sexismo, todo tipo de preconceito e violência física e moral. Ainda há fome, injustiça e pobreza.
E, o que é mais desalentador, esse estado de coisas não é apenas da responsabilidade dos governantes. É responsabilidade da maioria de nós – porque nós em geral elegemos nossos governantes, compomos os exércitos, puxamos o gatilho e apertamos o garrote. Os crimes contra a humanidade praticados por tiranos e genocidas não apenas contam com a participação ativa de contingentes significativos da população, mas também dependem deles. Nenhum tirano mata com as próprias mãos, nenhum tirano mata sozinho. Mesmo os regimes autoritários contam, no mínimo com a resignação de uma maioria e a participação ativa de uma minoria que exerce a força para manter o controle social.
Duas experiências clássicas da