Getúlio Vargas e a Imprensa
Quando Vargas retornou ao posto de presidente da república em 1951, ele não teve o apoio da imprensa de maior circulação no país, tanto escrita quanto falada. Para fazer sua campanha, ele utilizou caminhões equipados com alto-falantes e volantes impressos onde divulgava seu plano de governo. A imprensa atacou Vargas severamente, suas propostas políticas, econômicas e sociais. Vargas criou uma imagem negativa entre intelectuais e jornalistas no período do estado novo e vem daí a recusa da imprensa em apoiá-lo. Esta imagem ruim dele se formou porque os ligados a comunicação lembravam de que a constituição de 1937 havia abolido a liberdade de expressão do pensamento, submetendo à impressa à censura.
Já que Vargas estava sem o apoio da imprensa, ele resolveu apoiar a criação do jornal chamado Última Hora. Era inovador e apresentava várias técnicas jornalísticas até então, desconhecidas no Brasil. Foi criado pelo jornalista Samuel Wainer em junho de 1951 e obteve recursos financeiros de alguns bancos, como, por exemplo, a caixa econômica federal. Naquela época, conseguir recursos do governo era quase que comum, pois a maioria das empresas jornalísticas do país necessitava de papel importado, o qual era subsidiado pelo governo. As criticas dos veículos de comunicação a Vargas relacionavam-se mais a área política e administrativa do que econômica. Quando havia criticas a natureza econômica, geralmente eram sobre a orientação nacionalista e as imposições ao capital estrangeiro, adotadas pelo governo.
O trabalho era limpo e eficiente. As sanções que aplicávamos eram muito mais eficazes do que as ameaças da polícia, porque eram de natureza econômica. Os jornais dependiam do governo para a importação do papel linha d’água. As taxas aduaneiras eram elevadas e deveriam ser pagas em 24 horas [...]. Só se isentava de pagamento os jornais que colaboravam com o governo.
A oposição ao governo se intensificou de 1953 em diante, tendo como líderes