Getulio Vargas, Cultura
Produção Cultural
"A produção artística cultural engajada ficou a cargo do Ministro da Educação, Gustavo Capanema, responsável pela orientação cultural do período. A política cultural do varguismo foi coerente com a concepção de Estado que orientou a atuação do governante. Em nome de valores políticos, ideológicos, religiosos e morais, os representantes do regime justificavam a proibição ou valorização de produtos culturais... A cultura foi entendida como suporte da política e nessa perspectiva, cultura, política e propaganda se mesclaram. "(1)
Num período que se destacou pela crise da economia agrário-exportadora e transição para uma economia industrial, pelo declínio das oligarquias e ascensão de outras classes sociais e o fortalecimento de propostas autoritárias, em termos culturais pode-se dizer que o período foi muito rico e diversificado.
O Regime varguista concebeu e organizou a cultura com os olhos voltados para as experiências européias nazi-fascistas da Alemanha e da Itália, onde a cultura era entendida como suporte da política. O processo foi acompanhado principalmente: pelo surgimento de cursos superiores; pela expansão das instituições culturais públicas e pelo surto editorial.
Não se pode divorciar o processo do capitalismo da produção cultural, da mercantilização dos bens culturais. Neste período ocorreu a criação, embora incipiente de uma indústria cultural. Também não se pode dissociar o processo da burocracia que surgiu entre 1930 e 1945, do corporativismo que se impôs.
As transformações culturais provocaram três movimentos do mercado de trabalho das carreiras intelectuais:
surto do mercado do livro – com um novo público consumidor formado por setores urbanos, as classes médias e trabalhadores e empregados dos setores privados que estavam crescendo com a industrialização e a urbanização. Teve início a propaganda e havia relativa autonomia em relação ao Estado, a Igreja e aos Partidos Políticos;