Get Lio
Assisti o filme na sua estreia: o emblemático 1 de Maio, o Dia do Trabalho, data que Getúlio Vargas muito bem usara durante seus governos, seja entre 1930 e 1945, seja entre 1951 e 1954, sempre se colocando dentro daquilo que ficou de sua imagem na memória e inconsciente coletivo - o "pai dos pobres" e por seus inimigos, a "mãe dos ricos".
Getúlio ascendera ao poder dentro de um golpe de Estado, ao qual ele e seus partidários das oligarquias descontentes naqueles idos de 1930, chamaram de "Revolução de 1930", mas na verdade, sabemos que fora apenas uma troca de cenários, porque era deposta a então poderosa oligarquia paulista e em seu lugar, ascendiam os descontentes de Minas Gerais, Paraíba e o Rio Grande do Sul.
A fase do Getúlio ditador e autoritário é assumida pela narrativa do próprio no início do filme, através da voz de Tony Ramos, seu intérprete e que em breves palavras apresenta ao espectador como se numa rápida reflexão interna, aquilo que se passara nos 15 anos da chamada "Era Vargas"(a censura, as prisões e torturas, o fechamento do Congresso) e daí se faz a introdução para o segundo momento, a sua primeira eleição direta como presidente e o conturbado processo que seus adversários construíam para corroer sua imagem e poder.