Gestão pública e a questão social na grande cidade
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No artigo citado, a autora realiza uma análise de novas expressões da questão social em metrópoles contemporâneas, principalmente em São Paulo, a partir da análise de diversos autores, com o objetivo de identificar conflitos, desafios e novas demandas para gestão democrática da cidade e das políticas sociais públicas. Inicia debatendo as novas mediações com a mundialização do capitalismo, analisando a questão social sob a ótica histórico-conceitual, utilizando referências teóricas distintas, porém no mesmo sentindo para definição da questão social. Segundo Donzelot (apud Raichelis, 2006, p.14), a questão social emerge na França em meados do século XIX, com as lutas operárias, com o antagonismo entre o direito à propriedade e o direito ao trabalho. Para Neto (2001), foi fruto da primeira fase da industrialização com o pauperismo que atingia a classe trabalhadora, com aumento da pobreza na grande massa da população. A questão social foi assumindo historicamente diferentes configurações e manifestações, sendo as lutas sociais que transformaram a questão social em uma questão política e pública, exigindo intervenção do Estado no reconhecimento de novos sujeitos sociais, portadores de direitos e deveres na viabilização do acesso a bens e serviços públicos. A autora ressalta que a questão social não pode ser considerada como um sinônimo de “problema social” e exclusão social. Não existe exclusão e sim inclusão precária e instável, marginal, a contemporaneidade metamorfoseia para designar uma velha questão, analisada sob a ótica de diferentes teorias. (MARTINS, 1997). A questão social remete a luta em torno do acesso à riqueza socialmente produzida, sendo que, são essas lutas que estão na constituição das políticas públicas e que mobilizam o Estado na produção de respostas às demandas de saúde, trabalho, educação, habitação, entre outros. Como o movimento neoliberal, há o esvaziamento da noção de direitos e transformações no processo de trabalho,