gestão publica dicotomia
Os conceitos de esfera pública e privado são empregados desde a Antiguidade até os dias atuais. No entanto, nota-se que a tensão entre o público e o privado se intensifica à medida que as sociedades tornam-se mais complexas, pois esta dicotomia não aparece claramente em sociedades mais primitivas.
O público tem precedência sobre o privado, pois a delimitação da esfera pública irá anteceder, temporal e logicamente, a circunscrição da esfera privada. Isso quer dizer que o espaço público, e tudo o que nele se inserir, será sempre explicitado positivamente, ao passo que o espaço privado será delimitado de forma residual, cabendo nele tudo aquilo que ficar de fora da esfera pública.
No caso da dicotomia público/privado, significa que aquilo que esta na esfera pública deve necessariamente estar fora da esfera privada, e tudo o que não se situar na esfera pública deve estar obrigatoriamente contido na esfera privada, ou seja, um termo exclui necessariamente o outro, e ambos recobrem a totalidade do existente e do imaginável.
Esfera pública é a dimensão na qual os assuntos públicos são discutidos pelos atores públicos e privados, tal processo culmina na formação da opinião pública que, por sua vez, age como uma força oriunda da sociedade civil em direção aos governos no sentido de pressioná-los de acordo com seus anseios. Sob a ótica de Habermas, em sociedades complexas a esfera pública forma uma estrutura intermediária que faz a mediação entre o sistema político, de um lado, e os setores privados do mundo da vida e sistemas de ação especializados em termos de funções de outro lado.
A construção da esfera pública é, na verdade, resultado de uma convecção social especifica, irá integrar a mesma aquilo que toda coletividade, pactuar, explicita ou implicitamente, ser de interesse comum. Não há nada que seja somente público ou inteiramente privado, pois o sentido de ambos resulta de convenção coletiva.
A esfera privada é o oposto e o