Gestão escolar
Os estudos ao longo do século XX no campo da gestão escolar no Brasil compreendem que o diretor é um educador que tem a tarefa de coordenar o esforço coletivo desenvolvido na escola, pois a gestão escolar é, antes de tudo, a coordenação deste trabalho com vistas aos objetivos educacionais.
O perfil do diretor apresenta similitudes com essa concepção, dado que ele é um educador (quase 98% tem habilitação mínima em algum nível para a educação) e trabalha coordenando a ação coletiva na escola, através dos processos e instrumentos que a gestão escolar lhe permitem, como vimos, mesmo que por vezes de maneira não tão democrática, como reclamam os estudos pós-1987.
Vimos que os dirigentes das escolas públicas no país são majoritariamente mulheres (78%). Destaca-se o fato de que os estudos dos períodos anteriores a 1987 sequer mencionem as questões de gênero, mesmo considerando que a educação já era um campo de atuação predominantemente feminino. Os autores clássicos poderiam se escusar por esse esquecimento sob o pretexto de que em seu tempo as discussões referentes à desigualdade de gênero eram de menor monta e não tão centrais. Os autores do período seguinte, mesmo produzindo uma crítica forte às bases teóricas e às concepções daqueles outros, também não mencionam a temática e o contexto político e cultural em que viviam poderia lhes dar a devida desculpa. Já no período pós-1987, temos dois estudos, como destacado no Capítulo III, tratando das questões de gênero, todavia nenhum deles destaca a política e as relações de poder em torno da temática.
Ao que parece, é possível que a gestão escolar em qualquer um dos três períodos sendo reconhecida como ação técnica ou como ação política ou como ação pedagógica, não reconhece, ou não se preocupa com quem são os sujeitos que dirigem as escolas e, menos ainda, quem são dirigidos por esses diretores/as. Os aspectos