Gestão em saúde: do estado liberal ao estado social
O Estado Liberal ganhou formas definidas ao longo do século XIX, se originando da luta entre a liberdade do indivíduo contra o absolutismo do monarca. O liberalismo se consolidou, na Inglaterra em 1688, com a chamada Revolução Gloriosa; no restante da Europa, foi preciso aguardar a Revolução Francesa de 1789 e nos Estados Unidos, em 1776, a Luta pela Independência. Sob a influência dos pensamentos liberais, o Estado Liberal primava pela individualidade e independência do ser humano, os quais eram, para os filósofos liberais, portadores de direitos naturais que incluem o direito à liberdade e à propriedade – estado de natureza – sendo necessário, para assegurar aos indivíduos a segurança e proteção dos bens e da vida de cada um, a celebração de um contrato social, que fundou a sociedade civil, no papel do Estado. A questão fundamental do pensamento liberal é que, mesmo sob a ordem civil, os direitos naturais dos indivíduos são obrigatoriamente preservados.
Então, para o Estado Liberal todos os indivíduos são livres e independentes, submetidos apenas às leis e, ao Estado cabe intervir, somente o mínimo necessário, para a garantir a liberdade e igualdade dos cidadãos; ficando todas as demais dimensões da vida em sociedade a cabo da regulação do mercado.
Na ideia de Estado Liberal existia uma clara autonomia entre o campo econômico e o campo político, uma vez que na visão liberalista, não há necessidade da intervenção do Estado na regulação do mercado. Nessa época a humanidade experimentou o maior processo de mercantilização das relações sociais, onde trabalho, terra e dinheiro, se transformaram em mercadorias. Portanto, sob este ângulo, o pêndulo social atingiu seu ponto máximo á direita, com o mercado desempenhando o maior papel na regulação das relações sociais e o Estado o menor papel já visto historicamente.
Sob a ótica liberal o Estado só deveria reconhecer o indivíduo isoladamente, nunca o grupo; o que o tornou