Gestão do Conhecimento
Como surgiram os reis da Bor(r)ússia
Negócio iniciado para sustento da família, o Frigorífico Borrússia, em Osório, se transformou em referência de qualidade na escolha do aperitivo para o churrasco
João Deloci (E) e Enedir Dias da Silveira criaram o Frigorífico Borrússia em 1989, que hoje produz cerca de 50 toneladas de derivados de suíno por dia e proporciona 112 empregos Foto: Diego Vara / Agencia RBS
Nilson Mariano nilson.mariano@zerohora.com.br Os assadores que preferem o salsichão da marca Borrússia para o churrasco familiar talvez desconheçam a trajetória de persistência, sacrifício e ousadia dos fundadores do frigorífico construído há 23 anos em Osório, no Litoral Norte. Antes que o embutido chegasse às prateleiras dos supermercados, concorrendo com outros produtos de excelência no Estado, os irmãos Enedir e João Deloci Dias da Silveira venderam de porta em porta, valendo-se inclusive de carroça tracionada por cavalos para entregar as mercadorias.
Filhos de um pequeno comerciante de secos & molhados no Morro da Borússia (com um só R, enquanto a empresa tem dois), João e Enedir eram agricultores, não completaram o Ensino Fundamental, cultivavam roças com a enxada e o arado puxado por bois. Abatiam porcos para sustentar os filhos e vender o excedente aos vizinhos.
Aos poucos, de tanto receberem pedidos de salsichão, linguiça, torresmo, morcilha e carne, foram aumentando os abates. Passaram a fornecer além do Morro da Borússia – as iguarias aguçaram o paladar dos veranistas. O salsichão tornou-se o mais disputado dos alimentos do frigorífico por conta de uma receita: é recheado com as melhores partes do porco, mais temperos caseiros.
Em 1989, João e Enedir decidiram encerrar a etapa do abatedouro doméstico. Criaram o Frigorífico e Fábrica de Embutidos Borrússia Ltda, que hoje produz cerca de 50 toneladas de derivados de suíno por dia e proporciona 112 empregos. Há 70 donos de mercados e churrascarias