Gestão democrática na perspectiva de Freire e Gadotti
● PAULO FREIRE
Os conceitos de gestão democrática de Paulo Freire se referenciam no desejo de liberdade, justiça, ética e autonomia do ser humano. Para ele, seja na gestão da escola como um todo, seja na sala de aula, na interação professor-aluno, era preciso superar as relações autoritárias, que não reconheciam o educando como sujeito do processo educativo e nem reconheciam a importância de todos os segmentos escolares na construção do projeto da educação. “(...) um trabalho do homem com o homem e nunca um trabalho verticalmente do homem sobre o homem ou assistencialistamente do homem para o homem, sem ele.” (FREIRE, 2001, p.70).
Toda sua trajetória, profissional e intelectual, é marcada pela luta por uma educação pública, democrática e popular. Atravessam toda a sua obra as críticas à escola burocrática, à educação bancária, à ausência de uma relação maior entre o currículo e a realidade do educando, à ausência do diálogo e de práticas democráticas no interior da escola.
Como gestor, Freire, quando esteve à frente da Secretaria Municipal de São Paulo, baseou sua política educacional em três princípios básicos: participação, descentralização e autonomia, assumindo o compromisso político de realizar uma escola voltada para a transformação social. Neste sentido, em relação à gestão: construir novas relações humanas no interior da escola e com a comunidade, exercitar, no cotidiano educacional, a vivência da democracia, da participação, da cidadania, da solidariedade, dando visibilidade aos sonhos, às vozes historicamente silenciadas, construindo uma escola com todos e para todos.
Paulo Freire, como professor ou como gestor, em toda a sua trajetória, manteve coerência entre discurso e prática, trabalhou para minar as bases do autoritarismo, do elitismo e da opressão, criando condições para exercícios de liberdade, democracia e participação.
● MOACIR GADOTTI Segundo GADOTTI (1996), em seu livro Escola Cidadã, a administração