Gestão de pessoas - dependencia quimica
Em alguns sectores da sociedade ocidental, acredita-se que o trabalho é a vida. Vivemos para trabalhar, em vez de trabalharmos para viver. Achamos que todas as horas do nosso dia devem ser passadas a trabalhar, ganhar a vida e obter segurança para o futuro. O tempo que dedicamos à alma é, assim, dramaticamente curto. O tempo vai-nos escravizando à medida que dias de trabalho de oito horas se transformam em dias de doze horas. O fim- de-semana desaparece, porque queremos compensar o tempo perdido a ler, escrever ou acabar o trabalho que levamos para casa. Os prazos funcionam com uma guilhotina que paira, omnipresente, sobre as nossas cabeças. Este comportamento nada tem a ver com a nossa relação com a alma e com tempo para a alma. Em vez de nos sentirmos sintonizados com os ciclos naturais do nosso corpo e das estações do ano, em vez de experimentarmos a ausência do tempo em actividades criativas, sentimos que estamos sempre com falta de tempo. O tempo tornou-se um bem escasso que se mede em milésimos de segundo. Como resultado dessa angústia, começamos a usar a cafeína, ou pior ainda, a cocaína, para nos estimularmos. Lutamos contra os ciclos naturais do descanso e da necessidade de devaneio. Acabamos por perder o contacto com o nosso corpo, que se arrasta penosamente no emprego como uma máquina sem alma. Alguns trabalhores-dependentes desenvolvem sintomas estranhos: fadiga crónica, insónia, impotência, dores de cabeça, depressão, e dependências múltiplas. No Japão, onde algumas companhias instalaram alojamentos que se assemelham a colmeias, para que os trabalhadores não precisassem de ir a casa dormir, o governo inventou um novo termo: karoshi, que descreve os efeitos das práticas laborais que alteram os ritmos das pessoas e conduzem a um crescendo de fadiga, que pode, em última análise, conduzir ao suicídio ou a uma doença mortal. Para alguns, o trabalho-dependência é uma forma de