gestão da qualidade
Alvair Silveira Torres Jr.*
A intensa difusão do modelo de negócios lean nos últimos anos tem provocado o direcionamento dos incautos no sentido quase exclusivo da parte mais visível do sistema: as formas de trabalho e resultados superiores das plantas enxutas. No entanto, já no início de cada jornada da mudança lean, a diferença se faz presente na forma de se tomar decisões sobre que fazer, como fazer, quem irá fazer, quando e por quanto tempo. Vamos examinar essa forma peculiar de se tomar decisões analisando como são os elementos decisórios na Toyota e comparando-o com as formas tradicionais.
Inicialmente, a decisão de iniciar a implantação dos princípios Lean nas organizações é daquelas decisões que precisam ser tomadas pelos gestores que decidem os rumos do negócio e não pode ser delegada.
Necessariamente envolve o CEO e deve ser antecedida de uma compreensão da abrangência e influência que essa decisão acarretará sobre o desenvolvimento de novos processos e mudanças na mentalidade e no comportamento das pessoas, incluindo a forma de se tomar as decisões. De fato, a empresa irá trilhar um percurso de inovações que envolverão constantes decisões sobre os caminhos daquilo que chamamos de mentalidade enxuta, buscando criar valor para o cliente, por meio de processos que façam esse valor fluir, evidenciando os desperdícios para serem eliminados e ou minimizados, e buscando a perfeição.
Entretanto, a natureza do próprio processo de tomada de decisão deve sofrer mudanças no conteúdo de seus elementos decisórios. É reconhecido que na Toyota as decisões são tomadas em consenso, não em termos de um alinhamento automático, mas um consenso resultado de debates envolvendo atores de todos os setores envolvidos, até o ponto de se atingir um plano acordado e assinado em um formulário de tamanho A3, ao qual voltaremos mais adiante.
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Nemawashi é a palavra que no Léxico Lean representa esse processo: