Gestão da marca
Um dos principais instrumentos para a conquista do consumidor e pela renovação do interesse sobre marcas que permanecem há muito no mercado, o design alcança qualidades técnicas jamais imaginadas. Para Marc Gobé, um dos maiores especialistas em branding no mundo, o momento é de romper com conceitos consagrados no mercado para criar uma nova forma de lançar idéias que atraiam um público cansado de modelos desgastados. Algo que o jazz imprimiu na música, em que o improviso se sobrepõe, montando harmonias sempre diferentes, que surpreendem e entusiasmam platéias, e que Gobé desenvolve em Brandjam: O design emocional na humanização das marcas.
Mais do que mostrar as diversas maneiras de levar produtos ao mercado ou relatar experiências bem-sucedidas no setor, Marc Gobé discorre sobre estratégia e motivação para fazer da marca aquilo que ela apregoa. Demora em responder às necessidades do público, mensagens publicitárias distantes da realidade, ambientes de venda dissociados da imagem que o produto inspira são alguns dos equívocos cometidos pelos profissionais de marketing e design, diz ele. Parte desses equívocos se origina na desconfiança com que as equipes de marketing, clientes, anunciantes e os especialistas em comunicação devotam uns aos outros. Brandjam – termo que une as palavras marca e improviso jazzístico (brand + jam, de jam session).
O consumidor não pode ser encarado como um alvo, mas como uma pessoa com a qual deve ser construída uma relação. Dentro deste relacionamento, é de se esperar que a marca reflita o que propõe – e o primeiro consumidor do produto precisa ser quem o vende.
Ensinam, também, que os designers dão forma física a seus produtos, mas são as pessoas que com eles convivem que lhes dão forma social e acabam estendendo suas funções e significados para muito além daqueles para os quais foram projetados. O percurso social de um produto se dá junto ao usuário e fora da vista do designer.