Gestão ambiental e sustentabilidade
Dez anos depois, a morte do ex-tesoureiro de Fernando Collor continua envolta em mistério e motivo de polêmica. Afinal, foi crime passional ou queima de arquivo?
Texto Lira Neto | 01/05/2006 00h00
Na noite de 22 de junho de 1996, um sábado, logo depois de passar no cabeleireiro, a alagoana Suzana Marcolino da Silva estacionou seu Fiat Tipo azul-metálico, que havia ganhado de presente do namorado, em frente a uma locadora de vídeos em Maceió. Com salto alto, penteado de festa, unhas pintadas de vermelho e batom da mesma cor, ela entrou na loja e, alguns minutos depois, saiu de lá com uma fita VHS dentro de uma sacola plástica. Suzana conferira a prateleira dos lançamentos e decidira-se pelo filme O Assassino, de James Lemmo, thriller que gira em torno de um misterioso homicídio e sua conseqüente investigação, na qual se busca desvendar se o assassinato em questão tratava-se ou não de um crime passional.
De volta ao carro, Suzana deu a partida e rumou para a casa de praia onde o namorado, Paulo César Farias, o PC, a esperava para jantar. Os dois beberam uísque, vinho, champanhe e comeram camarão até cerca de 0h30, acompanhados de um irmão de PC, Augusto, e da namorada deste, Milane. Suzane jamais assistiria ao filme que alugara no início daquela noite. Na manhã seguinte, por volta das 11h, ela e Paulo César seriam encontrados mortos, na cama, cada qual com um tiro no peito.
Dez anos depois, o episódio permanece envolto em mistério e continua a provocar acirrada polêmica. De um lado, os que apostam na versão de que, em meio a uma crise de ciúme, Suzana tenha atirado no namorado e, em seguida, apontado o cano curto do revólver de marca Rossi, calibre 38, contra o próprio corpo e puxado o gatilho. Do outro, os que afirmam que a tese de homicídio seguido de suicídio não passou de uma farsa, providencialmente armada para encobrir o verdadeiro assassino. Os dois lados em contenda agarram-se a laudos divergentes, elaborados por diferentes