Gervinho
ABRIL 06, 2006
THOMAS J. DELONG
VINEETA VIJAYARAGHAVAN
Cirque du Soleil
Murielle Cantin arrastou suas malas pelo saguão do hotel. Aquele era um dos melhores hotéis do
Rio, mas ela sentia falta de sua cama, de sua casa em Montreal, Canadá. Trabalhando como diretora de elenco do Cirque du Soleil, Cantin passava semanas ou meses na estrada à procura de grandes talentos nos lugares mais longínquos do planeta. Alguns de seus assessores artísticos insistiam em incluir o Peru na viagem porque caçadores de talento haviam encontrado alguns artistas promissores no país. Cantin pensava se deveria ir ao Peru. Será que já havia visto artistas em quantidade suficiente? Mesmo que houvesse boas possibilidades no Peru, será que ainda estava em condições de avaliá-las? Poderia designar alguém para fazê-lo em seu lugar? Antigamente, o Cirque precisava de
50 novos artistas a cada dois anos. Agora, eram 100 artistas por ano. Como lidar com o crescimento e evitar o desgaste das apresentações e dos funcionários? Como manter a magia? Cantin se perguntava se os artistas itinerantes se sentiam tão cansados da rotina na estrada como ela se sentia agora.
História
O Cirque du Soleil foi criado em 1984 por uma trupe de artistas de rua conhecida como “Le Club des Talons Hauts” (O Clube dos Saltos Altos), que já havia criado o primeiro festival para artistas de rua em uma cidadezinha perto de Quebec City. Alguns membros do primeiro grupo permaneciam na ativa no Cirque du Soleil, entre eles Guy Laliberté, ex-músico e engolidor de fogo, atual presidente e
CEO. Em 1984, 73 pessoas trabalhavam para o Cirque du Soleil. No final de 2001, a organização tinha mais de 2.100 funcionários no mundo todo, incluindo mais de 500 artistas. No início, o Cirque du
Soleil viajava com um espetáculo por vez. De 1984 a 1989, o Cirque apresentou-se para uma média de
270.000 pessoas por ano. Em 2001, quase 6 milhões de pessoas assistiram a apresentações do Cirque du Soleil. Em