Geopolítica e Território
De que espaço estamos falando?
A nosso ver o espaço geográfico deve ser concebido como um produto histórico e social das relações que se estabelecem entre a sociedade e o meio circundante.
O espaço não é humano porque o homem o habita, mas porque o constrói e reproduz, tornando o objeto sobre o qual recai o trabalho em algo que lhe é próprio.
Dessa forma, ele não é o enquadramento da ação humana e não se defronta com a sociedade a partir de uma relação de exterioridade; é produto social de um processo real e concreto, nascido do trabalho enquanto resposta do homem a uma série de necessidades que deve satisfazer para sobreviver e fazer história. Não se pode afirmar que o espaço geográfico sempre existiu, nem que sua criação esteja vinculada ao aparecimento do homem sobre a terra;
Deste modo, no âmago da discussão do espaço geográfico como produto social, coloca-se, necessariamente, a discussão do trabalho enquanto mediação de relação sociedade-espaço.
O trabalho como categoria central da análise do processo espacial nos remete às seguintes questões:
- O espaço geográfico visto como produto da história das relações que o homem mantém com a natureza, através do trabalho.
- O trabalho como atividade do ser humano visa satisfazer necessidades, e na medida que estas são históricas e que a atividade a satisfaz cria novas, a criação de um espaço diferenciado dá-se em função das condições materiais de produção e do estágio do desenvolvimento das forças produtivas.
- O espaço como um produto social apropriado individualmente e, portanto, alienado.
Assim, o espaço aparece individualmente como um produto estranho à sociedade que o produziu, uma vez que o trabalho, exterior ao homem, cria também algo estranho a ele: a alienação não aparece só no processo, mas no seu resultado.
A sociedade inteira interfere na sua produção, mas os objetivos e as necessidades são da classe dominante.
A reprodução do espaço
O espaço enquanto produto e não