Geopolítica do imperialismo contemporâneo – samir amin
No capítulo 6 do livro “Relações internacionais: os excluídos da arca de Noé”, intitulado “Geopolítica do imperialismo contemporâneo”, Samir Amin inicia dizendo que “o capitalismo sempre foi um sistema polarizador por natureza, ou seja, imperialista” (p. 261) e, que, portanto, o sistema mundial contemporâneo permanecerá imperialista. A partir disso, ele discorrerá sobre a geopolítica atual, tendo o imperialismo estadunidense e seu projeto de expansão da Doutrina Monroe como protagonista.
A Segunda Guerra Mundial trouxe aos Estados Unidos muitos benefícios, a potência encontrava-se em posição de exercer sua hegemonia econômica, visto que ela concentrava mais da metade da produção industrial do mundo e tinha a exclusividade das novas tecnologias, além da exclusividade da arma nuclear. Porém, essa vantagem absoluta na economia durou um período relativamente curto, duas décadas. O país entrou em “declínio”, abrindo espaço para a ascensão da Europa, do Japão e, mais tarde, da China.
A Segunda Guerra também transformou as formas de imperialismo e reconfigurou o sistema mundial, tratado por Amin como “imperialismo coletivo”, onde quem detinha o poder era o grupo denominado “Tríade”, formado pelos Estados Unidos e sua província externa canadense, a Europa Ocidental e Central e mais o Japão. Porém, os EUA não dividia seu poder, eles “ocupavam-se, ao contrário, em transformar em vassalos seus aliados e, nesse espírito, não estão dispostos a consentir com seus aliados subalternos da Tríade nada além de concessões menores”. (AMIN, p. 170)
Desde 1945, os Estados Unidos alimentam o “projeto” de expansão mundial da Doutrina Monroe, fundamentada no poder militar do país, com a ajuda de aliados. O planeta foi dividido em regiões e a responsabilidade do controle de cada uma foi dada a um comando militar estadunidense. O objetivo era cercar a Rússia e a China e expandir a doutrina, dessa forma, alicerçando o