Geologia regional
A estratigrafia estabelecida para a região em estudo é alvo de muitas discussões entre pesquisadores. Desde que Leo et al. (1964) estabeleceram a primeira coluna estratigráfica para a Serra de Jacobina, tem proliferado uma série de cartas geológicas e de modelos geodinâmicos/metalogenéticos para a geologia da região. Por ser uma região de evolução tectônica complexa, a grande quantidade de publicações existentes contém as mais variadas contradições de ordem temática e geocientífica.
Os componentes litológicos foram organizados nas seguintes unidades litoestratigráficas: Arqueano a Paleoproterozóico – Complexo Mairi, Complexo Saúde,
Greenstone Belt de Mundo Novo, Complexo Itapicuru, Grupo Jacobina e granitos intrusivos; Meso a Neoproterozóico – Grupo Chapada Diamantina, e Grupo Una; e
Coberturas Tercio-Quaternárias – Formações Superficiais. A figura 2 mostra a coluna estratigráfica regional e a figura 3 o mapa geológico simplificado da região.
ARQUEANO A PALEOPROTEROZÓICO Complexo Mairi
O Complexo Mairi (Loureiro, 1991) designa um fragmento cratônico arqueano, que compreende uma associação bimodal onde os termos félsicos têm composição tonalito-trondhjemito-granodiorítica (TTG) e os termos máficos são diorito-gabróicos, estando o conjunto metamorfizado na fácies anfibolito alto e exibindo estruturas migmatíticas. Designa uma associação ortognáissica bimodal, de idade supostamente
26 arqueana. No projeto Folha de Jacobina (Couto et. al., 1978) foi delimitada e englobada no Complexo Mairi uma expressiva área de paragnaisses kinzigíticos até então desconhecida, além de corpos lenticulares de rochas metabásicas-metaultrabásicas. Esse conjunto ocupa uma faixa com direção aproximada norte-sul, situada entre a Serra de
Jacobina e a borda oriental da Chapada Diamantina (escarpa do Tombador), segundo
Melo (1991), constituí o embasamento do Greenstone Belt de Mundo Novo e da seqüência detritica da Serra de Jacobina.