GEOGRAFIA E LITERATURA: O CORDEL

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS CAMPUS SOROCABA
Curso de Licenciatura em Geografia

GEOGRAFIA E LITERATURA: O CORDEL

Trabalho apresentado pelos discentes Amanda Gomes, Boni Henrique e Thiago Deoclécio para a disciplina de Instrumentação para o Ensino de Geografia, ministrada pelo professor Márcio Abondanza Vitiello.

SOROCABA, SETEMBRO DE 2012. Desenvolvido sob a temática da Geografia e Literatura, o presente trabalho analisa o diálogo entre estas duas ciências que, juntas, permitem ao geógrafo questionar o espaço geográfico sob outros olhares sobre o físico e social, interpretando-o com mais sensibilidade e de maneira mais humana, características que se remetem e enriquecem a partir da ciência literária. De início, podem-se destacar entre as décadas de 1940 e 1960, os geógrafos como Monbeig (1957), Segismundo (1949) e Mota (1961) que, de modo geral procuraram “valorizar e aprofundar-se na imensa riqueza geográfica que reside na literatura” (ARAÚJO, 2007). Dentro do contexto da década de 1970, Armand Frémont defendeu a importância dos estudos geográficos e literários: “é uma nova Geografia que se há de inventar, rompendo as divisórias entre disciplinas, com geógrafos abertos à literatura e à arte e homens de letra a par da Geografia. Descobrir o espaço, pensar o espaço, sonhar o espaço, criar o espaço...” (FRÉMONT, 1980 apud ARAÚJO, 2007: 67). Sendo assim, a literatura:
(...) contribui para a percepção geográfica através de seus registros que falam de um mundo experienciado cotidianamente, de modo imediato ou conceitual, pelos escritores, mediante as conjunturas fictícias ou não das paisagens vivenciadas pelos personagens... Ao resgatarem a unicidade dos significados objetivos e subjetivos da experiência e da percepção da paisagem vivida, estes estudos permitem que os geógrafos não se restrinjam às concepções de uma geografia de características cartesianas (FERREIRA, 1990 apud