Geografia C
Há interesses económicos por detrás do conflito na Síria, que envolvem a construção de um gasoduto na região para o transporte de gás desde o Oriente até ao Mediterrâneo e, dali, para a Europa. Esta é a convicção de alguns analistas, entre eles Jerry Robinson, um conhecido economista norte-americano, autor do boletim eletrónico "Follow the MONEY".
Num dos seus mais recentes artigos, Robinson recorda que a Síria, o Irão e o Iraque pretendem, desde 2011, construir o Gasoduto Islâmico para exportar gás iraniano (e russo) para a Europa. A obra teria uma extensão de 6000 quilómetros, partindo dos poços de gás em Pars do Sul, no Irão, passando pelo Iraque e Síria e dali, através do Mediterrâneo, até à Europa. O gasoduto teria uma capacidade de transporte de 110 milhões de metros cúbicos por dia, custaria 10 biliões de dólares e deveria estar pronto em 2018.
A Síria ocupa um território de grande importância para o transporte de gás e petróleo. Por ali passa o Gasoduto Árabe, que liga o Egito com a Líbia. O território sírio também é atravessado por uma parte do gasoduto que ligava a cidade iraquiana de Kirkuk com o porto sírio de Baniyas, que já não funciona desde a intervenção no Iraque em 2003.
Jerry Robinson chama a atenção para o facto de a Síria, o Irão e o Iraque serem governados por xiitas e refere que outros países do Golfo governados por sunitas, como a Arábia Saudita e o Qatar, aliados aos EUA e a alguns países ocidentais, têm um projeto próprio: a construção de um gasoduto, que transportaria gás desde o Qatar para a Europa, através da Turquia, Arábia Saudita, Jordânia, Síria e