geografia urbana como ferramenta de análise da pratica sócio espacial contêmporânea
No seu modo de entender, como a geografia urbana seria capaz de revelar os conteúdos da prática sócio-espacial no mundo moderno? Como os seminários apresentados na aula pelos diversos grupos – excluindo o seu exercício de pesquisa – contribuíram para pensar essa prática na metrópole de São Paulo?
A expansão do modo de produção capitalista na modernidade, advinda da industrialização, permitiu a generalização do valor de troca em âmbito global, implicando numa mudança radical das relações sociais e das relações entre os lugares enquanto hierarquização espacial, articulando num outro patamar a contradição cidade-campo que veio da história, criando novas centralidades. No cerne do processo de apropriação do espaço, ele mesmo tornado mercadoria, impõe-se a realização da propriedade privada, submetendo a vida cotidiana à sua lógica, às exigências da reprodução capitalista. A prática sócio-espacial entra, portanto, a partir da generalização do mundo da mercadoria, numa nova lógica. A propriedade privada limita as possibilidades de apropriação do espaço que se realiza, no plano do lugar, pelo seu uso, por meio do corpo. Os momentos da vida cotidiana submetem-se à lógica do processo de valorização, no sentido de viabilizar o ciclo do capital (produção, distribuição, circulação e troca), no sentido de viabilizar sua reprodução. Novas condições da vida em sociedade são criadas, a sociabilidade se transforma. As relações entre as pessoas, marcada pela relação de igualdade no espaço público, realizam-se desigualmente no espaço privado à medida que elas passam a ser relações profissionais ou institucionais. Este é um processo de constituição do urbano, que regulariza o processo produtivo, que reestrutura os usos dos lugares. A divisão do trabalho na sociedade realiza-se como divisão das tarefas e das atividades criando diferentes lugares. “Num tal processo intervém ativamente, voluntariamente, classes ou frações de classes