Geografia do neoliberalismo
DEYSI GUERREIRO
GEOGRAFIA DO NEOLIBERALISMO
CURITIBA
2012
A concepção de Dobb
Dobb comenta concepções a respeito do feudalismo. A mais tradicional classificada como Jurídico-Política, tem duas características principais: a atomização do poder e a importância das relações vassálicas. Dobb aborda o feudalismo como um modo de produção, cuja articulação fundamental é a garantia pelas relações de servidão. O ponto crucial é que o produto direto detém a posse dos meios de produção e das condições necessárias à realização do trabalho, o que possibilita a produção de seus meios de subsistência. Nessas condições ele empreende suas atividades como produtor interdependente, mas não livre, pois a relação de propriedade afirma-se como relação direta entre senhor e servo. Essa perspectiva permite diferenciar o modo de produção feudal tanto do escravismo quanto do capitalismo: o escravo é propriedade do dominador e defronta-se com condições de trabalho que não lhe pertence. O proletário encontra-se em uma situação semelhante: por não ter acesso direto aos meios de produção, ele não pode prover seus meios de subsistência, mas é fundamentalmente livre. Ao caracterizar um modo de produção devemos levar em conta vários elementos importantes, tais como a forma de propriedade dos meios de produção e as relações sociais estabelecidas entre os homens as quais derivam suas conexões com o processo de produção. No interior de todo meio de produção existe uma complexa mistura de elementos de períodos anteriores e novas relações que podem coexistir paralelamente, estabelecendo ou não relações de influência mutua. Dobb diz que a gênese de um novo modo de produção não deve ser demarcada na primeira aparição dessa forma, mas a partir do momento em que adquire tal importância a ponto de modular toda sociedade. De significado maior será quando a nova forma tenha atingido proporções que lhe permite imprimir sua marca no todo da sociedade e