Geografia da população
Muito se discute sobre o crescimento sustentado da economia brasileira nesse início do século XXI. Atualmente, existe um otimismo mundial com o desempenho dos “países emergentes”, em especial com os grandes países que compõem a sigla BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China). Durante os anos de 1950 e 1980 a economia brasileira cresceu, em números redondos, a uma média de 7%, enquanto a população cresceu 2,8% ao ano. A renda per - capita cresceu 4,2% ao ano Esses trinta anos marcaram o melhor período de crescimento de toda a história brasileira. Há de se considerar que o Brasil partiu de uma base muito baixa e contou com uma grande transformação em decorrência da passagem de uma sociedade rural e agrária para uma sociedade urbana e industrial. Os deslocamentos da população do campo para as cidades e a importação de tecnologias modernas possibilitaram um grande salto do PIB e da produtividade do trabalho, a despeito da crescente desigualdade na distribuição da renda. As duas décadas seguintes (1980 a 2000) foram marcadas, em grande parte, por crises econômicas, alta inflação, perda de dinamismo social e por um agravamento da violência e da insegurança. As duas “décadas perdidas” lançaram dúvidas sobre a capacidade da economia brasileira retomar o crescimento, o desenvolvimento e a melhoria das condições de vida.
O período de crescimento econômico anterior (1950-1980), marcado pela urbanização, monetarização e industrialização do país, lançou as bases da transição demográfica, isto é, a redução das taxas brutas de mortalidade (TBM) e natalidade (TBN). Como as taxas de mortalidade caíram primeiro e em ritmo mais rápido do que as taxas de natalidade, houve uma aceleração do crescimento populacional em relação a todos os períodos anteriores. Nas décadas de 1950 e 1960 a população cresceu aproximadamente 3% ao ano. Mesmo com a desaceleração do crescimento demográfico a partir da segunda metade dos anos 60, as três décadas que