Geografia Cultural
Início
A Geografia Cultural pode ser definida como o sub-campo da Geografia que analisa a dimensão espacial da cultura. Tradicionalmente, desde o começo do século XX, essa dimensão espacial tem sido focalizada por intermédio de temas como os gêneros devidos, a paisagem cultural, áreas culturais, a história da cultura no espaço e ecologia cultural. A produção dos geógrafos foi extensa e rica, sobressaindo particularmente a produção da Escola de Berkeley, cujo expoente foi Carl Sauer. A partir da segunda metade da década de 1970, verificou-se na Geografia Cultura luma significativa mudança, calcada em outras referências teóricas e metodológicas, que produziu uma nova agenda de investigação. De um lado, a Geografia Cultural é influenciada por aportes das filosofias dos significados, do materialismo histórico e dialético e das humanidades em geral. De outro, amplia-se o temário, incorporando os temas tradicionais, agora submetidos a uma nova leitura, e agregando outros, até então estranhos à Geografia Cultural. Nessa mudança, o conceito de cultura é repensado. A cultura não é mais vista como entidade supra-orgânica, nem como superestrutura. A cultura diz respeito às coisas correntes, comuns, apreendidas na vida cotidiana, no seio da família e no ambiente local. Idéias, habilidades, linguagem, relações em geral, propósitos e significados comuns a um grupo social são elaborados e reelaborados a partir da experiência, contatos e descobertas – tudo isto é cultura, e, em uma sociedade de classes, é possível, como propõe Raymond Williams, falar em cultura dominante e culturas alternativas, isto é, residuais e emergentes.
A cultura contém e está contida em um ambiente político. A diversidade cultural, por outro lado, é reavaliada e confirmada. A Geografia Cultural, tanto em sua tradição saueriana como vidaliana, e na versão atual, centrada nos significados atribuídos pelos diversos grupos sociais ao mundo real em todas as suas