Geoglifos do acre
FACULDADE DE HISTÓRIA – HISTÓRIA E ARQUEOLOGIA
TÍTULO: 1.275 anos de história: desmistificar, conhecer e valorizar as sociedades complexas produtoras dos geoglifos na Amazônica Ocidental.
NÍVEL: MESTRADO
Aluna: Priscila de Oliveira Silva – 3º período
Professor Fábio Morales
Resumo
Este projeto se propõe a elaborar uma pesquisa acerca da complexidade de organização social dos povos nativos na região do Vale do Acre que construíram os geoglifos da Amazônia Ocidental. Partindo de uma perspectiva mais ampla para analisar as formas de organização daquelas sociedades e não se limitando a uma teoria determinista ambiental, esta pesquisa procura, por um lado, estudar a limitada cultura material que esses povos legaram, bem como as estruturas grandiosas dos sítios onde estão os geoglifos, e por outro lado, analisar através de outras pesquisas em andamento quais modelos de sociedade são possíveis para aquele território, questionar os modelos explicativos usados de forma aleatória para explicar diversos povos da Amazônia sem compreensão das particularidades de cada um.
1. Introdução e Justificativa
No final dos anos 70, em expedição do PRONAPABA – Programa Nacional de Pesquisas Arqueológicas na Bacia Amazônica (encabeçado pelo casal estadunidense Betty Meggers e Cliff Evans) promovido pelo governo militar para encontrar e classificar a cultural material encontrada na Amazônia. Devido à crescente desmatação da floresta, começaram a aparecer grandes desenhos geométricos em baixo relevo ao longo da BR-317, próximo ao Rio Branco em uma região denominada Quatro Bocas. Na ocasião da descoberta dessas estruturas, por Ondimar Dias Jr. e Franklin Levy, do Instituto de Arqueologia Brasileira, foram cadastrados 70 sítios1. Porém só a partir de 1999 tais formas chegaram ao conhecimento do público e despertaram maior interesse dos arqueólogos, graças ao professor Alceu Ranzi, que em viagem entre Porto Velho e Rio Branco,