Geo urbana

Entende-se o lazer como tempo e espaço de vivências lúdicas e lugar de apropriação da cultura, possibilitador de produções material e imaterial condizentes com as possibilidades da existência humana. Não obstante, há de se reconhecer que ele é um fenômeno tipicamente moderno, fruto das relações entre capital e trabalho, bem como é perpassado por tensões, contradições e hegemonias

Isso demonstra determinados interesses e finalidades vinculados ao papel social do lazer na sociedade moderna, regida pelo metabolismo social do modo de produção capitalista, no conjunto das relações sociais marcadas pela forma com a qual os homens produzem e reproduzem sua existência. (pág. 62)

Dessa maneira, o fenômeno do lazer, na atualidade, passa a ocupar a ordem do dia e, até mesmo, a agenda governamental, visto sua possibilidade de ser ressignificado, assumindo uma forma alternativa às práticas de ócio existentes até então.

Em meio a esse contexto, no qual a disciplina para com o relógio passa a ser rigorosamente controlada, é que o ócio se torna um grande inimigo do dito desenvolvimento urbano e social. Verifica-se, então, o aparecimento do lazer como fenômeno conciliador com a ideologia da sociedade industrial (pág. 62)

Se não é correto valer-se do conceito de lazer para explicar e compreender a esfera do não-trabalho em épocas anteriores ao seu próprio surgimento, no oposto, pensar o lazer e tentar enxergar em seu lugar aquilo que o ócio foi no passado [...] também constitui erro. Mascarenhas (2006, p. 95),

Dessa forma, entende-se que o lazer entra em cena para atender às necessidades e demandas do próprio processo de produção e acumulação de capital, em decorrência da sua possibilidade de servir como atividade utilitarista para a reposição e recuperação da força de trabalho, fincando-se, assim, as bases de exploração sobre o tempo livre.

Sendo assim, destaca-se a importância de se pensar o lazer, reconhecido