Genetica e a psicologia
A Relação Psicologia e Genética
A importância da criação
Mas que dizer da importância relativa da criação, o fator causal mais popular (tanto em nível de senso comum como em profissionais de psicologia) para explicar a personalidade de um sujeito adulto? Um adulto não se torna agressivo devido a forma como é criado pelos pais? A infância não é um período de molde, vital para a estruturação da personalidade adulta, e os pais não são a mais importante fonte de estímulos para o desenvolvimento?
Na realidade, existem evidências sólidas em estudos de grande escala, metodologicamente convincentes, de que os genes influenciam a personalidade adulta. Surpreendentemente, o mesmo não é verdadeiro para a hipótese do papel preponderante da criação pelos pais. Uma revisão crítica da literatura mostra pouca evidência conclusiva quanto ao ponto de vista de que eventos específicos do período de infância são os verdadeiros responsáveis pela arquitetura da personalidade adulta (Seligman, 1995; Harris, 1998; Bouchard & McGue, 1990; Dunn & Ploomin, 1990; Ploomin, 1990; Ploomin & Bergeman, 1991; Heath, Eaves & Martin, 1988; Plomin & McClearn, 1993).
É necessário salientar que uma das mais importantes fontes de evidência para a “hipótese da criação” (Harris,1998) -os estudos de continuidade entre a infância e a idade adulta –são, em sua esmagadora maioria correlações entre essas duas variáveis. A possibilidade de que uma terceira variável, como a influência dos genes dos pais, tenha relação causal com a estrutura da personalidade adulta, simplesmente não é testada ou refutada.
Exemplos desta falha metodológica são abundantes, como a correlação entre forma de tratamento que a mãe dá ao seu filho e a criminalidade mais tarde na vida adulta (Stattin & Klackenberg-Larsson, 1990) ou então a suposta ligação entre traumas infantis e tentativas de suicídio na idade adulta (Kolk, Perry & Herman, 1991). Como poderíamos saber ou mesmo descartar a influência