Genero Lirico
A partir do momento em que o conteúdo do poema e a música se desligaram, o ritmo foi preservado através da metrificação dos versos, ou seja, do estabelecimento de uma medida para eles, contabilizada pela quantidade de sílabas poéticas.
Vocábulos, aliterações - repetições das mesmas letras, sílabas ou sons numa frase – e rimas são recursos, desde então, utilizados pelos autores de poesia como um meio de conservar a musicalidade da poesia. Eles se esmeram em cultivar sons de alta qualidade, estruturados na forma de ritmos e melodias que se alternam sucessivamente.
Neste gênero há um elemento fundamental, sem o qual não se poderiam expressar as emoções mais subjetivas, as condições da alma, os pensamentos, os sentimentos profundos; trata-se do ‘eu-lírico’, uma entidade fictícia perfeitamente distinguível do autor concreto. Ele nada mais é que uma peça-chave do discurso poético. Mas, com certeza, está aí presente também a visão de mundo do poeta, daí sua intensa subjetividade.
Embora a lírica seja basicamente composta por poemas, não necessariamente esta forma literária como um todo se enquadra neste gênero, pois o que determina a inclusão nesta categoria são suas características. Se elas não estiverem presentes em uma determinada poesia, ela então não será considerada como integrante desta modalidade.
Ao longo do tempo, a lírica sofreu diversas modificações. Sem perder suas virtudes essenciais, ela passou a englobar novas inquietações de natureza social e questões de fundo filosófico. Hoje ela empreende inclusive um mergulho em si mesma, procurando compreender o ofício poético.
No quesito formal, prevalece até hoje, primordialmente, o soneto. Ele é estruturado por quatorze versos, dois quartetos – estrofes de quatro versos - e dois