Geetz
C. Geertz (1926 – 2006) é o fundador da Antropologia Interpretativa, representando um divisor de águas no tema. É uma contraposição ao modelo Levi-straussiano da antropologia estrutural, propondo uma nova Teoria Antropológica.
O autor possui a ambição de falar em culturas (no plural) do ser humano. A ação humana é uma atividade estruturante, um efeito de superfície. Geertz busca o que pode ser inferido/interpretado nos relatos etnográficos. Hoje há uma grande cautela em se explorar o inconsciente através das ações reais como manifestações de ações do consciente.
A interpretação do que acontece, segundo o autor, não pode se distanciar daquilo que acontece. Para ele, o trabalho do antropólogo é realizar etnografia. A obra “Grande Sertão – Veredas” de Guimarães Rosa pode ser considerada um exemplo ao que Geertz se refere no Brasil.
Um ser humano pode ser um enigma completo para outro ser humano. Nós não compreendemos o povo, ainda que dominemos seu idioma. Nós não podemos nos situar entre eles. Neste trecho, ele faz uma crítica a B. Malinovski. Para Geertz, falta interpretação à descrição etnográfica de Malinovski.
A Antropologia Interpretativa exige grande rigor e precisão conceitual.
O antropólogo tenta entender o que acontece, mas também está no meio do acontecimento. Por isso, teorias antropológicas também são temporárias, elas também estão no meio da travessia.
A cultura nunca é igual, é sempre uma recriação. O ser humano expressa sua experiência vivida. As especificidades são complexas e possuem um caráter único. Generalizações devem ser feitas com critérios. Para compreender o que o ser humano faz, é necessário entender uma ação dentre várias outras e localizá-la, caracterizá-la. No estudo da cultura, a tarefa essencial da construção teórica não é codificar regularidades abstratas, mas tornar possíveis descrições minuciosas, não generalizar através dos casos, mas