Gay Talese
Por: Greici Adrieli Siezemel
Gay Talese é considerado um ícone do jornalismo, foi um dos fundadores do New Journalism, movimento caracterizado por atribuir às notícias um caráter autoral, se apropriando de técnicas da ficção. Dono de uma narrativa rica, envolvente, recheada em detalhes, o autor consegue facilmente prender a atenção do leitor e fazer com que ele imagine cada minúcia da cena descrita. Suas obras, baseadas em fatos reais, são capazes de tornar qualquer assunto interessante.
Consumidor de histórias de ficção quando criança, Talese se interessava por narrativas e sonhava escrever sobre a vida de personagens reais. Ao mesmo tempo em que queria ser um jornalista confiável e honesto, queria também contar histórias: “Meu maior desafio é aliar a não-ficção à intimidade. Em 'A mulher do próximo', usei meu verdadeiro nome, assim como usei os nomes verdadeiros daqueles que acompanhei. Isso é honesto".
O jornalista, que já aos 14 anos escrevia para um jornal de sua escola, iniciou sua carreira servindo sanduíches para o pessoal da redação da New York Times. Encarava o trabalho como uma oportunidade, que deu certo, pois não demorou muito para que seu talento fosse notado e ele passasse a fazer o que sempre quis: escrever. Talese permaneceu por 10 anos no jornal e afirma que o jornalista precisa ter “perseverança, ego e até arrogância”. Guarda até hoje os aprendizados da época: “O diretor me disse: seja mais do que justo com aqueles de quem você realmente discorda”.
O fascínio pelos anônimos, a repulsa pelas celebridades
Sempre que interrogado sobre o que ele gosta de escrever, a resposta surpreende alguns: “escrever notícias não importantes”. Esse gosto de narrar fatos da vida das pessoas que não estão nos noticiários, que não são famosas, acompanha Talese desde o início de sua carreira. Uma das primeiras reportagens que fez foi sobre um homem que operava as placas luminosas que anunciam as