Gato Sagrado da Birmânia
Na Birmânia, no templo de Lao Tsun, um homem chamado Mun Ha consagrou-se ao culto da deusa Tsun Kyan Kse, a deusa de olhos azuis safira. Mun Ha estava acompanhado de 100 gatos brancos, sendo o seu favorito “Sinh”. Certo dia o templo foi assaltado por ladrões que acabaram por mata-lo. Imediatamente depois da sua morte, o gato “Sinh” saltou sob o corpo do monge fixando o olhar na estátua da deusa Tsun Kyan Kse. E assim se fez o milagre: o seu manto adquiriu um tom dourado, como a luz emitida pela deusa; os seus olhos tornaram-se azuis como os da mesma deusa; a máscara e cauda tomaram o tom castanho da terra. As patas, que repousavam sob o corpo do seu dono mantiveram-se brancas imaculadas.
Na manhã seguinte, os 99 gatos restantes adquiriram as mesmas características de “Sinh”. Na altura, acreditava-se que as pessoas boas, depois de morrerem, reencarnavam na forma de gato, sendo por esse motivo especialmente protegidos pelos monges, que têm grande tradição de não fazer mal a qualquer animal, independentemente da sua espécie ou perigosidade. Desde então estes gatos passaram a ser considerados sagrados.
As origens destes gatos são ainda um mistério e a lenda confunde-se com a realidade, tendo somente aparecido recentemente na Europa. Pensa-se que viajantes ingleses trouxeram um casal destes gatos de um templo da Birmânia.
Estudiosos indicam que a raça foi seleccionada na região francesa de Midi, entre 1923-24. O Sagrado da Birmânia fez a sua primeira aparição pública em 1926 numa exposição em Paris.
A designação Sagrado da Birmânia passou a ser adoptada em 1950 para evitar confusão com a raça Burmês. Em 1960 a raça foi introduzida nos Estados Unidos e em 1965 na Inglaterra, onde foi oficialmente reconhecida e rapidamente se tornou popular.