Garimpo
São mais de quatro mil homens que, em dezembro de 2002, chegaram atraídos pela notícia da reabertura do garimpo. Vindos de várias localidades do Brasil, na esperança de reviver os tempos áureos da extração de imensas riquezas da terra, este contingente enorme de pessoas que chega, passa a viver de forma precária, agravando a já terrível situação de Serra Pelada — uma comunidade com duas mil residências miseráveis e que abriga, atualmente, cerca de seis mil pessoas. A aprovação no Senado, do decreto de tombamento da Serra, no final de 2002, trouxe vários grupos de garimpeiros, iludidos, para viver em condições subumanas, embaixo de lonas plásticas e tábuas, acomodados entre as casas, becos e buracos, nas proximidades do antigo garimpo. Desse jeito, as doenças só proliferam.
O problema maior é mesmo a falta de emprego, pois, tecnicamente, o futuro do garimpo é incerto. E ainda pode ficar pior. Conforme ele, os 43 mil que trabalharam no garimpo no início dos anos 80, "vão vir sim, para cá". Na comunidade não existe hospital e o médico só aparece uma vez por semana. .
Em poucos locais do país a situação é tão grave. O trabalhador garimpeiro envelheceu. Muitos aparentam mais que os 60 ou 70 anos que têm. Grande parte, com doenças graves que precisam de atendimento médico e hospitalar, tendo apenas a cooperativa para buscar um tipo qualquer de ajuda.
Os 43.450 garimpeiros filiados à Cooperativa, hoje, são um grande problema para o governo Luís Inácio da Silva. Uma questão social que, neste momento, afeta diretamente 12 mil pessoas, agravada dia-a-dia.