Garimpando a história
Desde o seu surgimento a ciência histórica sofreu e vem sofrendo diversas modificações até chegar ao seu estado atual. Esse processo aconteceu porque cada vez mais se enxergou a necessidade de ver a história como uma ciência, por isso a história sofreu as diferenciações que ajudaram os historiadores na análise da história. Quando a palavra “História” apareceu pela primeira vez, dando título a obra de Heródoto de Halicarnasso, o “pai da História” narrava alguns fatos das guerras médicas, a partir desse evento a ciência histórica começou a dar seus “primeiros passos”. Essas primeiras obras históricas levavam “ao pé da letra” o que diz a palavra “história”, ou seja, se baseavam no testemunho de algumas pessoas que tinham o objetivo de preservar a memória de alguns momentos focando para os “personagens principais”, era o inicio da primeira concepção de história, a História Narrativa ou Episódica. Porém, por mais que se tente ser imparcial é impossível se analisar algo sem “impor” alguns ideais que foram adquiridos em toda vida de uma pessoa, pois, se “desgarrar” desses valores seria se “separar do seu próprio ser”, ou seja, renegar todas as suas idéias e pensamentos já formados. E são esses ideais que fazem com que alguém, ao analisar determinado fato, tenha um foco em algumas pessoas ou em alguns grupos sócias e foi esse pensamento o “alvo” da crítica da corrente historiográfica dos Annales ou Escola dos Annales, surgida na França em 1929, que combatia o culto aos heróis e as pessoas da elite. A terceira geração da Escola dos Annales, liderada pelos franceses Jacques Le Goff e Pierre Nora rompeu de vez a ligação da história com as narrativas, pois, considerava os documentos oficiais como fonte básica para explicarem os fatos históricos. Porém, afirmar que a memória de um povo é algo que não pode se aplicar ao estudo histórico é rejeitar a concepção das pessoas da sua própria história, fato esse que é de extrema importância para o estudo da