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PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO DA ESCOLA
Cadernos da escola cidadã - Equipe técnica do IPF
Quando Paulo Freire afirma em seu livro Pedagogia da Autonomia que “é decidindo que se aprende a decidir” (p.119), ele se refere à necessidade e ao direito que todos temos de tomar decisões sobre nossas vidas, mesmo com o risco de cometer erros. Freire afirma que é decidindo que construímos, com autonomia, nosso projeto de vida e conclui afirmando que ninguém é autônomo primeiro para depois decidir.
Pensar o planejamento educacional e, em particular o planejamento visando ao Projeto Político-Pedagógico da Escola é, essencialmente, exercitar nossa capacidade de tomar decisões coletivamente.
Sabemos que o planejamento não é uma tarefa fácil. Conhecemos as dificuldades (“não temos tempo”, “não temos pessoal qualificado”, “a burocracia é tanta...”), as resistências (“já fizemos isso e não deu certo”, “nossa escola já tem projeto”, “sem salário não dá”.), os limites e obstáculos (comodismo, imediatismo, formalismo).
Mas sabemos também que existem experiências inovadoras já vivenciadas que comprovam que a decisão e a iniciativa coletiva conseguem resolver problemas concretos da prática educativa que, num primeiro momento, pareciam impossíveis de serem superados. É com base nessas experiências e na reflexão sobre elas que nos animamos a apresentar uma nova metodologia de planejamento para a construção do Projeto Político-Pedagógico da Escola que denominamos de “planejamento socializado ascendente”.
O que significa “socializado” e “ascendente” na prática do planejamento? O planejamento é “socializado” quando a tomada de decisões não esta limitada aos “especialistas”, ou seja, quando todos os segmentos escolares participam ativamente desse processo. Quando Paulo Freire diz que a pedagogia deve ser forjada com o oprimido, ele revela a necessidade da socialização das decisões, com uma compreensão política