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Com o desenvolvimento do microscópio e as novas descobertas sobre a reprodução dos animais, era de se esperar que a geração espontânea caísse em descrédito. Nada disso, ela sofreu restrições – ninguém mais a responsabilizava pelo nascimento de bebês ou animais domésticos -, mas muitos continuavam relacionando-a ao surgimento de larvas, pequenos vermos e outros organismos pouco visíveis ou invisíveis a olho nu. E a controvérsia continuou durante os séculos XVIII e XIX.
Na década de 1740, o naturalista inglês John Tuberville Needham colocou caldo de carneiro bem quente em um frasco, fechando-o cuidadosamente com uma rolha de cortiça e deixando-o em brasas quentes durante vários minutos, para eliminar eventuais germes. Pouco dias depois, o caldo de carneiro estava povoado de seres minúsculos.
Needham descreveu alguns como semelhantes a pequenas enguias, uma observação que acabaria lhe garantindo o apelido de L’Anguillard ou Homem-Enguia. Ele repetiu a experiência com outros extratos, encontrando resultados semelhantes.
Além de dar novo alento à teoria da geração espontânea, a experiência de Needham tinha outras implicações. Ela reforçava a teoria da epigênese, que propunha que a vida se forma, a cada vez, a partir de material não organizado. Era, assim, um golpe nos pré-formistas, que defendiam que todos os organismos foram criados ao mesmo tempo e que todos os embriões existiam, pré-formados, embora infinitamente minúsculos, no óvulo ou no espermatozóide. As conclusões do naturalista inglês foram popularizadas por outro epigenesista, Georges de Buffon, diretor do Jardin du Roi (Jardim do Rei) e, possivelmente, o mais influente cientista francês da época. Needham passou a defender a existência de uma força vegetativa como fonte das atividades vitais.
Para o horror de Needham, um padre católico que vinha de uma família que se recusara a aderir ao anglicanismo, o resultado de suas experiências foi utilizado