O sedentarismo e as mudanças no padrão alimentar, com menor consumo de alimentos in natura e maior de fast foods, têm contribuído para o aumento da incidência de obesidade no mundo todo (WHO, 2011). Além de configurar uma doença crônica, a obesidade também é um fator de risco para várias outras doenças que afetam sistema cardiovascular (hipertensão, aterosclerose, acidente vascular cerebral, infarto agudo do miocárdio), respiratório (apnéia do sono, asma), gastrointestinal (doença do refluxo gastroesofágico, hepatopatias não alcóolicas), metabólico (diabetes), musculoesqueléticas (osteoartrites), entre outros (OPAS, 2007). Diante disso, um padrão de vida inadequado contribuiria para o desenvolvimento do quadro de obesidade e também favoreceria o desenvolvimento da síndrome metabólica (SM), para a qual ainda não é estabelecido uma causa única ou múltiplas causas, mas sabe-se que a obesidade abdominal e a resistência à insulina (RI) contribuem fortemente para a sua gênese (PENALVA, 2008). Hoje em dia, estuda-se com afinco a relação entre a Síndrome Metabólica e o depósito excessivo de gordura abdominal. Sabe-se que o ganho ponderal é um fator de risco independente para o desenvolvimento da síndrome metabólica e a gordura visceral parece ser o elo entre o tecido adiposo e a RI, característica da SM (FILHO, MARIOSA, FERREIRA, 2006). A circunferência abdominal por ser índice antropométrico mais representativo da gordura intra-abdominal e de aferição mais simples e reprodutível, é a medida mais recomendada. Devido às diferenças étnicas e populacionais, o ponto de corte estabelecido mais recentemente para a circunferência abdominal é de até 102 cm para homens e 88 cm para mulheres (SERRANO, CARVALHO, PEREIRA et al, 2010). A quantificação da gordura visceral se torna importante para identificar indivíduos com maior risco para o desenvolvimento da SM, eleitos para sofrerem intervenções precoces na tentativa de reduzir o impacto das anormalidades metabólicas