Galpão
Companhia de origem no teatro popular e de rua, que leva para o espetáculo um trabalho resultante da pesquisa de diversos elementos cênicos e linguagens, como o circo, a música, farsa e o melodrama.
Criada em Belo Horizonte, por Teuda Bara, Eduardo Moreira, Wanda Fernandes, Antonio Edson e Fernando Linares, em 1982. Nesse ano estréia com o espetáculo E a Noiva Não Quer Casar, texto e direção coletivas. Sua segunda montagem é o texto infantil, De Olhos Fechados, de João Vianey, com direção de Fernando Linares, em 1983. Apresentado em salas convencionais, recebe prêmio de melhor direção e melhor espetáculo da Associação Mineira de Críticos Teatrais. Em Ó Procê Vê na Ponta do Pé, 1984, texto coletivo dirigido por Fernando Linares, mistura acrobacia, mímica, bonecos e técnicas circenses em quadros de humor criados coletivamente. Apresentado em diversas cidades de Minas Gerais e em festivais nacionais, o espetáculo totaliza 350 récitas.
Em 1985, sob a direção de Eduardo Moreira e Fernando Linares, monta Arlequim Servidor de Tantos Amores, de Carlo Goldoni, seu primeiro espetáculo adulto em sala fechada, onde os atores utilizam as máscaras e a intensidade física do jogo atorial da commedia dell'arte. O professor da Faculdade de Letras da Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG, Sérgio Magnani, exalta a seriedade da montagem em crítica na qual escreve: "A própria tradução do texto agradou-me pela fidelidade e espontaneidade lingüística. (...) O maior peso da comédia recai nos ombros do protagonista; e Antônio Edson soube arcar com ele vitoriosamente, graças a uma recitação cheia de ritmo e a um corpo privilegiado, que lhe permite reproduzir piruetas e malabarismos típicos da commedia dell'arte".1
O grupo volta à commedia dell'arte, em 1986, partindo de um canovacchio de autor anônimo para montar, na rua, A Comédia da Esposa Muda - que falava mais que pobre na chuva. O espetáculo é dirigido por Paulinho Molika e permanece em repertório