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Contudo, contrariando a essa possibilidade, observamos que a riqueza retirada do Brasil e enviada a Portugal não resultou nesse processo de recuperação. Pior do que isso, a extração aurífera veio reforçar a dependência econômica que os portugueses tinham em relação ao espaço colonial brasileiro e, na medida em que o ouro se escasseava, a crise econômica lusitana voltava a se fortalecer. Mas afinal, como poderíamos compreender essa situação, no mínimo, contraditória?
Entre os vários fatores que possam ser trabalhados, acreditamos que o Tratado de Methuen ou Tratado de Panos e Vinhos tem grande valia para que possamos entender o quadro econômico experimentado em Portugal ao longo do século XVIII. Assinado junto à Inglaterra, esse acordo estabelecia que Portugal teria facilidades na compra dos tecidos ingleses e que a Inglaterra se valeria de facilidades semelhantes para comprar a produção de vinho lusitana.
Ao longo do tempo, a vigência desse acordo impeliu grande parte dos produtores agrícolas de Portugal a utilizarem suas terras cultiváveis para a produção de vinho. Afinal de contas, a disponibilidade do mercado inglês imposta pelo tratado garantia lucro aos produtores. No entanto, essa mesma prática impedia que a economia portuguesa se voltasse para o desenvolvimento de outras atividades que pudessem dinamizar a sua economia.
Além disso, devemos salientar que a demanda portuguesa por tecidos era bem maior que a riqueza produzida pela venda do vinho à Inglaterra. Desse modo, os portugueses