Gadamer e a nocao de preconceito
O presente trabalho versa sobre a noção do preconceito, prejuízo e vorurteil do filósofo Hans-Georg Gadamer, famoso pela obra, considerada um marco na filosofia mundial, “Verdade e Método - Esboços de uma Hermenêutica Filosófica”. Vorurteil, substantivo que significa preconceito, prejulgamento será tratado no desenvolver das idéias do alemão de uma forma sucinta.
Nascido em Marburg, foi discípulo de Husserl e Heidegger na Universidade de Heidelberg. Sua filosofia sempre se desenvolveu em torno da questão da hermenêutica jurídica, retirando ao entendimento o lugar central na existência humana. Tido como brilhante em suas idéias, faleceu recentemente aos 102 anos. Ao pesquisar o tema em estudo, deparei-me com um texto da professora portuguesa, Maria Luísa Portocarrero Ferreira da Silva, da Universidade de Coimbra, que traz a questão do preconceito na obra de Gadamer, no qual foca principalmente sobre o reconhecimento do caráter positivo e primacial do preconceito pelo autor, fato que era desconhecido por Kant e mesmo pela filosofia reflexiva e a aceitação da vinculação iluminista do preconceito às idéias de autoridade e tradição.
Ao mesmo tempo, Gadamer rejeita completamente a hipótese de que essa vinculação tenha um caráter pejorativo ou mesmo negativo. Ao contrário, o preconceito é a traça de uma relação de alteridade fundamental. Nesta medida, é a percepção do preconceito, a escuta da tradição que permite, ao contrário do que pensa o dogmatismo iluminista, que seria o de fugir à alienação e à menoridade.
O PRECONCEITO SEGUNDO GADAMER
Comumente alguns juristas relacionam seus julgados com os pensamentos filosóficos, e quando a questão é preconceito, dificilmente Gadamer é esquecido. Mesmo porque em seus estudos e textos, a questão da hemenêutica jurídica sempre foi brilhantemente trabalhada. Para o filósofo “a hermenêutica não é um método para se chegar à verdade e que o problema hermenêutico não é,