Física
Diego Menezes Pamplona
1º semestre
Introdução a física
Matrícula:364411
É até certo ponto surpreendente constatar como o modo de operar era muito semelhante ao dos cientistas atuais. Essa surpresa é pertinente, se lembrarmos que isso ocorreu cerca de 2.500 anos antes do nosso século. Realmente, quando, em torno do século VI. a.C., os filósofos jônicos começaram a teorizar sobre a Natureza, havia algo de novo em relação às ideias expostas pelas civilizações pré-helênicas, tais como a dos egípcios, a dos mesopotâmios e a dos hindus. Isso não significa que tivesse ocorrido uma ruptura completa entre aquelas e a civilização grega. Muito pelo contrário. Através das civilizações intermediárias, como a de Creta e a da Anatólia, os Gregos não só tiveram acesso, como aproveitaram ao máximo o legado cultural e técnico desses povos. Contudo, sem compromisso com as tradições milenares dos mesmos, puderam reelaborar toda essa massa de informações de acordo com seu contexto sacio-econômico e cultural. Diferentes dos seus predecessores, os gregos eram um povo de mercadores, com um sentido espacial peculiar que faltava àqueles de atividades agrícolas sedentárias. Mais do que isso, haviam passado diretamente da barbárie para a idade do ferro, utilizando e explorando as novas possibilidades da introdução desse metal, produzindo, por exemplo, armas mais aperfeiçoadas e resistentes que aquelas de bronze usadas pelos povos pré-helênicos. Do ponto de vista cultural, beneficiaram-se da invenção do alfabeto pelos fenícios, explorando-o da melhor maneira, mol- dando-o de modo a atender às suas necessidades. Mas, o que era esse "algo novo" dos filósofos da Jônia? Sem dúvida podemos afirmar que a inovação por eles introduzida foi a atitude, até então inusitada, de tentar explanar racionalmente a Natureza pelos próprios fenômenos naturais, sem recorrer às divindades religiosas ou sobrenaturais.