Física e seus Métodos
As ciências naturais, a Física principalmente, têm suas estruturas construídas sobre bases sólidas recobertas por uma malha teórica que liga todos os elementos ao complexo total. É uma ciência empírica que, naturalmente se apoia nos dados da observação e constrói sua estrutura teórica por meio do método indutivo.
Estas bases sólidas são constituídas pelos Princípios. Estes princípios revelam o que há de mais objetivo em toda construção científica, e a posse do seu conhecimento traz ao seu possuidor a noção clara e segura dos fundamentos da ciência. A Física é o exemplo mais claro desta afirmativa.
Todo discurso científico sobre fatos ou fenômenos descritos ou interpretados teoricamente se faz acompanhar, praticamente em todas as etapas do discurso ou dedução teórica, da inevitável presença de algum princípio. Por exemplo: “Dois corpos distintos não podem ocupar o mesmo lugar no espaço e ao mesmo tempo.”
Dependendo do aprimoramento do edifício científico de uma teoria onde um determinado princípio se aplica, é possível expressar matematicamente este princípio, ou seja, encontrar uma maneira de apresentá-lo sob forma compacta e elegante. Muitas vezes a roupagem dada ao princípio é tão bem apresentada que um leitor desavisado pode facilmente ser levado à ideia de que tal princípio decorre logicamente da teoria, o que é incorreto. Por outro lado, encontramos exemplos de princípios que perdem seus status por serem obtidos como consequência direta de uma teoria mais geral. É o caso do princípio de Arquimedes, cuja expressão pode ser deduzida por aplicação da teoria newtoniana dos meios contínuos. É um teorema, que explica e interpreta este antigo princípio. Além do mais e como veremos em inúmeras ocasiões, as teorias elaboradas e fundamentadas em princípios são construídas em perfeita conformidade com os princípios que as precedem. Porém, como o dissemos mais acima, um princípio não pode ser nem explicado nem interpretado. Se o for, deixa de ser um