Física no Renascimento
A Física no ano 1000
Se tens um projeto para um ano, plante uma semente.
Se tens um projeto para dez anos, plante uma árvore.
Mas se tens um projeto para cem anos, eduque um povo.
Confúcio – século VI a.C.
Descrever o conhecimento humano em torno do ano 1000, de uma maneira breve que seja, não é uma tarefa simples. Normalmente nossos pensamentos nos transportam para a Europa Ocidental de então, mas cinco grandes civilizações, escrevendo em cinco línguas diferentes fornecem a maior parte da história do conhecimento medieval. China, Índia e Arábia, Império do Oriente ou Bizantino, com centro em Constantinopla ( ou Bizâncio), em que a língua oficial era o grego; e o Império do Ocidente ou Romano, que não tinha um centro único, nem uma única língua falada, mas onde o latim era a língua franca dos estudiosos.
De fato, comparada às outras civilizações, a Europa Ocidental talvez fosse a menos desenvolvida. Os estudos eram limitados pela escassez de manuscritos, pelo respeito supersticioso dos textos, pela carência de observações experimentais. O papel, feito de trapos de algodão, que já fora utilizado na China no século II (Tsai Lun 105 d.C), na Europa data de fins do século XI e é uma coisa mais que se deve aos árabes. O papiro de mais difícil manuseio pelo seu aspecto quebradiço, deixou quase de ser importado na Europa depois da conquista de Alexandria pelos sarracenos no século VII, e o pergaminho tão raro e caro se tornou que os monges raspavam um escrito para escreverem outro sobre a mesma pele – palimpsestos se chamavam a esses pergaminhos de dupla escrita – assim se perdendo muita página clássica.
Por outro lado, na China já trabalhava-se a pólvora, embora ainda não belicamente, e um precursor da imprensa, baseado em blocos com baixo relevo. No mundo árabe muitos clássicos haviam sido traduzidos. A astronomia, matemática e metalurgia árabes também eram muito superiores. A representação dos números era muito mais evoluída.