Fé e duvida
Fé Religiosa
A fé religiosa é um dos problemas mais atraentes para o psicólogo da religião. O psicólogo, enquanto psicólogo, não discute a lógica da fé, sua validade ou sua veracidade. Cabe-lhe apenas a tarefa de estudar como se forma, como se desenvolve e que funções desempenham na vida do indivíduo.
Aparentemente, existe uma tendência geral para crer. Nem todos crêem nas mesmas coisas, mas quase todos crêem em alguma coisa. Paul Johnson sugere que as condições da crença são de dois tipos: sociológicas e psicológicas. As condições sociológicas incluem todas as influências resultantes do contato com os grupos sociais. Sabe-se, por exemplo, que em todos os grupos o indivíduo procura imitar o comportamento de pessoas que consideram importantes. "Fazemos o que outros fazem, sentimos como outros sentem e pensamos como outros pensam, porque desejamos compartilhar de uma vida comum e queremos tornar-nos parte de um grupo social." As atitudes, tradições e costumes, de gerações, recebem a sanção do grupo e adquirem forças e autoridade. Portanto, podemos dizer com Johnson que "cada geração tem como ponto de partida um depósito fundamental de crenças, aceitas sem críticas, como axiomas e impostos pelo consenso geral " As condições psicológicas da crença refletem-se em condições sociológicas tais como o processo de imitação, o fenômeno de sugestão e processos semelhantes.
O estudo psicológico da fé religiosa é, entretanto, extremamente complexo, porque é muito difícil verificar se determinado indivíduo tem ou não fé religiosa. A maneira mais óbvia de saber se um indivíduo tem fé religiosa, apesar de todos os seus defeitos como método de pesquisa, é perguntar ao próprio indivíduo. Ampla pesquisa nesse campo indica que a maioria dos homens crê nalguma coisa e, dc certo modo, essa crença pode ser considerada fé religiosa. Vejamos alguns exemplos dessa abundante pesquisa.
Em duas diferentes ocasiões, 1914 e 1933, J.J. Leuba realizou uma pesquisa