Fármacos e quiralidade
Entender como os fármacos atuam no organismo humano, nem sempre é fácil de compreender, porém, isso passa a ser mais fácil compreendido quando se entende a estrutura desses fármacos. Existem moléculas que tem a formula molecular idêntica, tem as mesmas propriedades físico-químicas, porem, os arranjos entre os átomos são diferentes. Essas moléculas são denominadas isômeras, pois é possível desenhar outra molécula totalmente diferente usando a mesma fórmula molecular. Nas moléculas orgânicas que tem carbonos assimétricos, ou seja, os carbonos que tem quatro substituintes diferentes, denominados carbonos quirais, usa-se a estrutura espacial, denominada esterio-isomerismo, pois as moléculas diferem apenas na forma como se orientam no espaço. A quiralidade é um atributo geométrico, no qual a imagem do espelho não pode ser sobreposta ao objeto original. Pode-se observar isso em vários objetos, como nas mãos, conchas marinhas, entre outros. Descobriu-se isso também nas moléculas orgânicas.
Para chegar a isso, forma anos e anos de estudos, pesquisas ou somente observações, como a feita por Louis Pauster, que observou a forma e as propriedades ópticas de duas substâncias isoladas do tártaro, presente na fermentação do vinho. O acido tartárico, quando dissolvido em água, roda o plano de luz polarizada para o lado direito, ficando conhecido por convenção de (+) acido tartárico. A outra substância, acido paratartárico, embora estruturalmente idêntico ao ácido tartárico, não desviava a luz para lado nenhum, porem Pauster notou que este, cristalizava, quando em contato com amônia, formando cristais diferentes. Uma parte desses cristais desviava a luz para a direita, assim como o acido tartárico, porem, a outra parte desviada o foco de luz para a esquerda. O que não ficava claro era que o desvio era o mesmo, apenas mudava o lado. Ele chamou essa mistura com os dois cristais de Racemato e sugeriu que os substituintes ao redor do carbono deveriam ter um